Curso de dBASE II
Introdução


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1. Introdução

Na era da informação que vivemos, os bancos de dados são fundamentais para o armazenamento, análise e distribuição das informações em diversas áreas.

O MSX também teve seu banco de dados lá no século passado - o dBASE II. O banco de dados dBASE II foi criado por Wayne Ratliff em 1978, utilizando a linguagem Assembly sob o sistema operacional CP/M. Há também uma versão para o MS-DOS do PC.

1.1. Banco de Dados

Banco de dados é a denominação que se dá a todo conjunto organizado de dados que constitui a base de um sistema de informações [1].

Pode-se dizer que um banco de dados é um acervo organizado de informações sobre diversos assuntos ou matérias [1].

Exemplos de banco de dados:

A partir de uma base de dados organizada, é possível obter rapidamente diversas informações a respeito de um elemento qualquer dessa base. Por exemplo, buscamos o aluno "José" na listagem de alunos da escola e obtemos diversas informações disponíveis sobre ele, como: idade, série, desempenho etc.

Um sistema gerenciador de banco de dados (SGBD) é uma coleção de programas que permite criar e manter um banco de dados. O principal objetivo de um SGBD é prover um meio de armazenar e recuperar informações dessa base de dados que seja de modo eficiente e confiável [2].

Vantagens do uso de um banco de dados:

1.2. Estrutura de um arquivo de dados

Seja um modelo de base de dados antiga, como por exemplo, aqueles armários de ferro muito comuns em consultórios médicos, chamados de arquivo, no qual possuiam diversas fichas com os dados dos pacientes. Cada ficha possuía diversos campos de informações sobre o mesmo paciente. Assim, temos a seguinte hierarquia nessa base de dados:

 Arquivo
   |
   + Ficha
       |
       + Campo

No dBASE II, a estrutura é mesma. O arquivo digital corresponde ao armário de ferro contendo diversas fichas; uma ficha (registro) contém diversos campos com informações a respeito do mesmo paciente; por fim, cada campo é uma característica isolada de um paciente. Observa-se que as fichas possuem os mesmos tipos de campos (padrão), porém, com informações distintas em cada ficha.

     +------------------------------------+
   +------------------------------------+ |
 +------------------------------------+ | |
 | Consultório Médico Dr. Hans Müller | | |
 |                                    | | |
 | Nome:                              | | |
 | Data nasc.:                        | | |
 | Sexo:                              | | |
 | Peso:                              | | |
 | Altura:                            | | |
 | Data:                              | | +
 | Observações:                       | + 
 +------------------------------------+ 

Os dados em um SGBD são representados em tabelas, onde cada coluna corresponde a um campo e cada linha corresponde a um registro.

 campo 1   campo 2 campo 3 campo 4 campo 5 campo 6 campo 7
    ↓         ↓         ↓      ↓      ↓       ↓      ↓
 +------+-----------+------+------+--------+------+-----+
 | nome | data_nasc | sexo | peso | altura | data | obs |
 +------+-----------+------+------+--------+------+-----+
 |      |           |      |      |        |      |     | ← ficha 1
 +------+-----------+------+------+--------+------+-----+
 |      |           |      |      |        |      |     | ← ficha 2
 +------+-----------+------+------+--------+------+-----+
 |      |           |      |      |        |      |     | ← ficha 3
 +------+-----------+------+------+--------+------+-----+
 |      |           |      |      |        |      |     | ← ficha 4
 +------+-----------+------+------+--------+------+-----+

Observa-se que essa tabela é uma forma inteligente de se representar as fichas de um arquivo.

Quando criamos um banco de dados, na realidade vamos criar um novo arquivo contendo uma tabela e indicar quais são as colunas existentes na tabela. A princípio, criamos uma tabela vazia. Conforme formos adicionando novas fichas, estaremos na verdade, adicionando novas linhas à tabela.

1.3. Tipos de dados do dBASE II

Quando definimos a estrutura (colunas) da tabela do banco de dados, temos que indicar para cada coluna:

Os tipos de dados são:

Ex:

 ITEM,C,30

Define uma coluna com o nome de "ITEM", no formato de caracteres (texto) e comprimento máximo de 30 caracteres.

No caso de um número, a distinção entre inteiro e real é a indicação de um comprimento para as casas decimais. Ex:

  IDADE,N,2
  PESO,N,6,2

Idade é um número inteiro com no máximo 2 dígitos, enquanto que peso é um número real, com duas casas decimais e 6 dígitos no máximo (contando a parte inteira e o ponto).

O tipo lógico somente aceita os valores sim (Y ou T) e não (N ou F).

1.4. Extensões de arquivos do dBASE II

As seguintes extensões são utilizadas pelo dBASE II [1]:

1.5. Chave primária / Chave estrangeira

Uma chave primária é um atributo (coluna) ou mais da tabela, utilizados para diferenciar uma entidade (ficha) das demais. Assim, uma chave primária deverá possuir valores únicos e não nulos para cada entidade. Deve-se ressaltar que o dBASE II infelizmente não possui controle de integridade, ou seja, se você inserir duas linhas com o mesmo valor para o campo chave, o dBASE II não alertará você.

Na tabela de pacientes mostrada acima, poderíamos criar uma nova coluna com um "código do paciente" ou até mesmo com o "CPF", no qual os valores fossem únicos para cada paciente.

Uma chave estrangeira é um atributo de uma tabela que faz referência a um atributo localizado em outra tabela, de mesma natureza dele. Por exemplo, se criarmos uma nova tabela chamada "consultas", podemos referenciar a tabela de "pacientes" através de um campo que contenha o "código do paciente". Veja a ilustração abaixo.

A tabela principal de "pacientes" possui as chaves primárias com os dados do paciente. Já a tabela secundária "consultas" possui o campo cod_paciente, que é a chave estrangeira, identificando na tabela "pacientes" o código do paciente no qual desejamos registrar a consulta dele.

1.6. Modo interativo x programável

No modo iterativo, o usuário carrega um banco de dados e, a partir de uma linha de comandos, começa a operá-lo. A linha de comando do dBASE II é precedida por um ponto ".", conforme o exemplo a seguir.

.

Basta o usuário digitar um comando do dBASE II e teclar enter para que ele seja posto em execução. Ex:

. display all <enter>

No modo programável, além de dispor dos recursos do modo interativo, o usuário é capaz de personalizar as informações de entrada e saída de dados e implementar outras funcionalidades, como validar entrada de dados.

1.7. Instalando o dBASE II no MSX

O disquete do dBASE II deverá conter o sistema operacional MSX-DOS. Além disso, o pacote deverá conter os seguintes arquivos:

A partir do prompt do MSX-DOS, digite:

 A>DBASE

Obs: para maior conforto, se você dispõe de um MSX 2 ou superior, mude o modo de texto para 80 colunas. No MSX-DOS, digite:

 A>MODE 80

Quando solicitada, digite a data. Caso não seja preenchida, o dBASE II assume a data do sistema.


Nos capítulos seguintes, será criada uma base de dados, inseridos dados nela, removidos, alterados e consultados.



Referências:

[1]- dBASE II PLUS para MSX interativo - curso prático, Nelson Casari, Ed. Atlas, 1990.

[2]- Database System Concepts, Silberschatz, McGraw Hill, 2001.